29 janeiro, 2009

A COR DO OBAMA

O primeiro presidente "negro" dos Estados Unidos está nas manchetes, e nelas deverá permanecer por um bom tempo com grande destaque, afinal Barack é o que um imperador romano, ou um rei inglês foram em tempos idos: o chefe da mais poderosa nação do planeta. Logo que as primeiras notícias sobre as eleições americanas começaram a aparecer no Jornal Nacional, e ficou claro que o candidato democrata - que deveria ser o eleito depois de 8 anos republicanos - seria uma mulher ou um negro, fui tomado por uma certa excitação (que nada tem a ver com os dotes físicos de Hillary e muito menos com o charme do Obama). Seria no mínimo curioso ver o país hegemônico dirigido, pela primeira vez, por uma mulher ou por um homem negro (que de quebra ainda tem um nome sui generis).

Hillary não era nenhuma novidade, mas desse Barack Obama poucos tinham ouvido falar. Tomado de curiosidade fui sacia-la no moderno oráculo da internet (ou seria mais correto dizer do Google?). Da porta do templo da informação generalizada fui guiado até uma sala chamada Wikipedia, onde se encontrava gravado, em uma de suas infinitas paredes, um texto com o título de “Barack Obama”. Aí veio a decepção logo nas primeiras linhas: Barack não é negro. Lá nas terras onde ele manda pode até ser negro, mas, para um brasileiro, acostumado com as misturas de cor de pele, e com as misturas das misturas, o Obama não passa de um mulato, um moreno. O atual presidente americano é filho de um africano negro com uma americana branca, logo é mulato.

“Merda, o Obama não é negro”, foi o primeiro pensamento que me ocorreu. Depois pensei: se é assim, melhor que seja a Hillary, afinal ela é 100% mulher. Mas antes de aderir a torcida da esposa do Clinton concluí que mulato é melhor que negro. Um Barack mulato é, simbolicamente, melhor que um Barack negro. Para uma nação onde as pessoas se separam e são separadas por raça (o que prefiro chamar de cor da pele) eleger um presidente miscigenado é um marco. Obama não é a minoria, é a minoria da minoria. Barack Hussein Obama II é metade negro, metade branco. Espero que além das tão esperadas mudanças políticas e econômicas que o mundo espera que ele conduza, seu advento signifique uma tomada de consciência mundial de que uma cor de pele diferente não faz nenhum ser humano pior ou melhor que outro.

Um pouquinho de humor: NÃO CONFUNDA “BARACK OBAMA” COM “BARRACA DA BRAHMA”!!!