27 dezembro, 2011

NORDESTINO DO BRASIL!

Sou nordestino? Mas afinal que Nordeste é esse de que tantas pessoas dizem ter orgulho? Nordeste é meramente um ponto colateral que fica entre dois cardeais: norte e leste, e, como tal, precisa de uma referência pra fazer sentido. Nova Iorque fica no nordeste, mas no nordeste dos Estados Unidos, e Fortaleza, minha amada cidade, fica no Nordeste do Brasil, região geográfica denominada segundo sua posição em relação ao resto do País. Logo, para que o sentido fique completo não podemos nos esquecer: somos “nordestinos do Brasil”. Assim, não faz nenhum sentido ter orgulho de ser nordestino sem ter orgulho de ser brasileiro. O Nordeste é um pedaço do Brasil. Nossa música, costumes, culinária, sotaque, etc., são tão brasileiros quanto quaisquer outros de qualquer outra região do território nacional.

Uma minoria da minoria de idiotas tem se voltado contra irmãos brasileiros simplesmente por serem nordestinos (do Brasil, não se esqueça), e isso tem levado muitas pessoas a propalar um tal “orgulho de ser nordestino”. Quem perde com isso é o NOSSO Brasil. Não sei se tenho orgulho de ser brasileiro, mas com certeza amo sê-lo. Amo o Brasil por inteiro e não será nenhum imbecil desmiolado que me fará ter nenhuma atitude que possa incentivar uma mínima rusga entre brasileiros de regiões distintas.

Não sou nordestino, sou brasileiro do Nordeste. Sou nascido e fui criado no meio da cultura dessa região do Brasil, no Estado do Ceará, e por isso não dispenso uma buchada de bode com rapadura de sobremesa, não troco um forró por nenhum outro tipo de festa, falo “arre égua” quando quero expressar espanto, chamo gay de “baitola”, de vez em quando “boto boneco”, e quando ouço a sanfona choradeira de Luiz Gonzaga sinto um enlevo. Tudo isso, antes de ser “nordestino” é brasileiro, e, como brasileiro, não abro mão, também, de me emocionar com a batida da bateria da escola de samba, de me deleitar com uma tigela de acaí, de me admirar da enormidade da cidade de São Paulo, de babar com a beleza das meninas da região Sul, ou de me orgulhar da arquitetura de Brasília. Por isso, toda a cultura nordestina pertence a mim tanto quanto à loura de olhos azuis que mora numa serra gaúcha, assim como o samba é meu tanto quanto pertence ao negro componente de uma escola de samba, e isso por um motivo muito simples: o cabeça chata, a loura e o carioca são BRASILEIROS. No mais, roubo um pedaço do poema da Cecília Meireles musicado pelo Fagner para fazê-lo de conselho quanto a esse assunto: “deixemos de coisa, cuidemos da vida”.

15 julho, 2011

Bem te vi, bem-te-vi!!!


(Sei que o trocadilho não é irresistível, eu que sou fraco!)